[153] De como, nos delírios, todo o cuidado é pouco
Estava eu há uns dias em amena cavaqueira de fim-de-tarde-de-sexta-feira com uma amiga que faz as vezes de criativa, quando começámos a falar, por acaso, da publicidade sexualmente arrojada que as Pedras Salgadas têm vindo a fazer nos tempos mais recentes. Não partilhei com ela, evidentemente, algumas das ideias geniais que já tive oportunidade de oferecer aqui. Mas a verdade é que a conversa adquiriu uma tonalidade engraçada (gosto muito desta expressão) e, à sexta imperial, divagávamos sobre novos anúncios: A Fátima, em bikini e com sovacos por depilar, banhando-se naquela cisterna algo sinistra onde a água é regaseificada, sussurrando "só prós, nada contra..." (e, no plano seguinte, o João César Monteiro numa mesa de café, extasiado, com vinte garrafas vazias de Pedras Salgadas à frente); A outra Fátima a beber um copo de Pedras Salgadas pela manhã e a proferir, sorridente e assertiva, "o iogurte já tratou do cócó; vamos agora ao xixi!"; O José António, nas primeiras horas de uma madrugada insuportavelmente estival, sentado à secretária de tronco nú (grande plano sobre os pêlos do peito), exausto de mais um editorial groundbreaking, a beber, pensativo, uma Pedras Salgadas pela garrafa, ao som de
Enfim, por aí fomos, explorando possibilidades de ícones e íconas. À décima imperial, eu disse, com aquele rasgo que me caracteriza: também podiam explorar a natureza, parece que o parque de Vidago é muito atraente, e assim; podiam pôr um esquilo a roçar-se numa garrafa de Pedras Salgadas. Não me importo nada que aproveitem as minhas ideias: todos sabeis que a TM do Pornographo significa Tomai-o e Multiplicai-o. Mas na próxima sexta-feira, ao fim da tarde, tenho de dizer à minha amiga, depois da décima imperial, que estava a brincar.