O Pornographo - um blog que não sai do corpo (fund. 2005)
domingo, outubro 28
  [163] As Divas de O Pornographo: Charlotte Rampling

Na minha qualidade de Vice-Presidente para as Animações Culturais e Assim (noto que sou o único sem título académico, mas em compensação a única Excelência, e isso parece-me uma posição realista no actual conspecto da situação político-financeira), trago-vos a segunda diva de O Pornographo. Ela já tinha ameaçado no Porteiro da Noite. Mas a razão definitiva acontece aqui entre os -00'22 e os -00'15. São 7 segundos que, à bon entendeur... salut. É como se diz na música, aliás cantada pela Gibbons (nada é deixado ao acaso), "so strong my desire".
(Clicai no vídeo e, uma vez penetrados no youtube, vêde aqueles 7 segundos - aqui, entre os 00'53 e os 01'00 - em écran inteiro)

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terça-feira, outubro 16
  [162] Para @s adept@s do amor "à la Joyce": convém não confundir...

... uma preparação relaxante

com

um preparado laxante.

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sábado, outubro 6
  [161] Da Pachacha (ensaio semantografonológico)

A semantografonologia é uma ciência que se dedica ao estudo da congruência entre o sentido, a grafia e o som das palavras. O seu objectivo é estabelecer o índice semantografónico de cada vocábulo, que conhece cinco graduações, a saber: nulo, vestigial, marquesmédio, impressionante e brutal.
A ambição de todo o semantografonólogo é identificar e coleccionar, como borboletas perfuradas na esferovite, palavras com índice brutal. No meu top pessoal, de momento, encontra-se badalhoca, por razões que explicarei a pedido. Hoje reflectirei apenas sobre o potencial semantografónico do vocábulo pachacha, adiantando desde já que lhe atribuo um índice brutal.
Preliminarmente, notareis que é unissémico, e isso é muito importante para a nossa ciência. Signos polissémicos angariados no reino animal, como pussy, chatte, minou, pito, parreca, rata ou passarinha, ou no domínio minero-geológico, como cave, greta, caverna, gruta, racha, fenda, grand canyon ou o aliás interessante morcegueiro, não têm a necessária precisão semântica para se proceder ao exame da congruência gráfica e fonética. O mesmo sucede com o saboroso orquídea salmonada.
Entrando na matéria, pachacha é graficamente sugestivo. A insistência no "h", com sua forma de receptáculo carnento (e sua hastezinha de pegar), é muito mais marcante do que o "x" normalmente utilizado para designar o cromossoma feminino, e nem serviria trocá-lo pelo "y", que supõe já a mulher vista numa certa posição (e insinua, até, um cordãozinho de tampão a espreitar). Não por acaso, o "h" é sistematicamente colocado ao lado do "c", letra que possui, de per si, um índice semantografónico impressionante, já como inicial de cu, já pelo seu formato semi-nadegal lateralizado. Além disso, a visualização da repetição "cha-cha" (relevante também como aliteração no plano fonético: vd. infra) sugere um movimento pendular, vai-e-vem, dentro-e-fora, tira-e-mete, numa palavra, lubbilubbing oh my brothers and only droogs.
Pachacha é também prenhe de sugestões fonéticas.
Não designa qualquer vulva, mas apenas as algo gorduchas e majestosas: as que têm chicha e parecem pachás refastelados num cochim. Chucháveis.
Uma pachacha pede, no mínimo, 38º C e camelos por perto, e lembra o ruído de uma cachoeira (ch-ch) onde se pode chapinhar ou mesmo chafurdar. Num registo plebeísta, é o choço onde o chopim descamisa o chouriço. Não se conjuga com pénis, nem pichota, nem piça - pachacha pede picha.
Como podeis ver, pachacha tem um elevado índice semantografónico. Nas poucas relações de cariz sexual que mantive com outras pessoas, só pude presenciar uma verdadeira pachacha, cheirosa de patchuli; cheia de chatos, porém.

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