[24] Ao contrário do que já terá certamente perpassado pelas vossas cabecinhas fantasiosas, eu não estudei contabilidade por causa das conotações de termos como "activo e passivo", "activo circulante", "passivo a descoberto", ou dos mais subtis "balancete", "grossista" e "retalho".
Estudei contabilidade porque ser poeta é um bocado secante. Felizmente, tive a coragem de assumir as minhas preferências. Muitos há que não conseguem dominar a sua pulsão contabilística mas têm vergonha de a expor publicamente. Veja-se, por exemplo, o grande Herberto Hélder, que trabalha em segredo, gratuitamente, para duas empresas de contabilidade e uma firma de auditoria financeira - com três pseudónimos diferentes!!!
Isso não é para o meu feitio.
De passagem, este post serve também para pedir aos senhores jornalistas que pretendem entrevistar-me o encarecido favor de não me fornicarem o juízo com perguntas do tipo "considera-se o novo Fernando Pessoa?". Obrigado.