[49] Dos cuidados especiais requeridos pelas novas tecnologias (homenagem a M. H. Leiria)
Algumas pessoas que fazem o favor de ser minhas amigas enviam-me por vezes produtos e artefactos pornographicos para análise. Hoje chegou-me por e-mail, aqui ao escritório, um piqueno video cujo tema não interessa por aí além. Direi apenas que determinada senhora, sozinha em seu leito, ilustrava bem o tão português provérbio "não se pode meter o Rossio na Betesga".
Desgraçadamente, tinha-me esquecido das colunas de som do computador ligadas. E de repente, por entre os zumbidos constantes da dezena de mulheres que trabalham nesta sala e o matraquear dos teclados, explode,
imarcescível, um profundo "HAAAAA-VAAAAAA...". O mundo parou à minha volta e o meu coração com ele.
Felizmente, o meu sentido de oportunidade não me abandonou. Saltei da cadeira e comecei a entoar, acompanhando-a da respectiva dança, Haaaa-vaaaa, naguila haaaa-va, naguila hava, naguila venismecha, huru...".
Aproveitei o estado de choque generalizado (não sou nada de cantar em público, muito menos de dançar) e comecei a explicar-lhes quem foi Moshe Nathanson. Nada como uma boa história para sossegar as mulheres, sobretudo se meter poetas e artistas.