[52] O Pai Natal existe!
Hoje passei a lembrar com rancor todos aqueles que, desde a mais tenra idade, me fizeram convencer da inexistência do Pai Natal.
Não que tenha recebido a rena que lhe pedi (provavelmente não pode atender todos os pedidos, sobretudo quando não são muito originais), mas o regresso ao escritório depois da folga de ontem ofereceu-me uma prova fulgurante da sua existência.
Então não é que a engenheira resolveu oferecer às funcionárias, pelo Natal, um soutien de
seda?! Tendes noção do que é um soutien de
seda?! E então não é que elas combinaram apresentar-se todas ao trabalho, hoje, com os respectivos soutiens vestidos?! E então não é que a temperatura ambiente do escritório começou a subir de repente, não só pelas ondas de ar tórrido que se desprendiam de mim, mas porque aumentei discretamente uns três ou quatro graus ao aquecimento?
Imaginais uma dúzia de mulheres, dos 20 aos 60 anos, entre o 30 AA e o 42 G, circulando por aqui o dia inteiro (nem fui almoçar), com um soutien de
seda sob a blusa?
A mim, a engenheira deu-me uma pequeníssima máquina fotográfica, tão pequena que até pensei, na sexta-feira, que era sovinice. É o que dá fazer juízos apressados sobre as pessoas.
Ora, eu hoje tinha trazido o brinquedinho para tirar uma fotografia à mesa onde trabalho e oferecê-la à minha senhoria, que me está sempre a pedir isso.
Já vêdes que o Pai Natal, não só existe, como é boa pessoa, pois proporcionou-me esta feliz coincidência, que, além do mais, me fez aprender a trabalhar com um electrodoméstico em tempo recorde.
Mas não me esqueci da foto para a minha senhoria. Agora tenho é a de a procurar, lá no meio, durante o próximo mês.