[67] Da sandes de atum ao Interracial Banana Split
O nosso comparsa
Papo-Seco deixou aí um comentário a lastimar-se de ter perdido o seu tempo a ver determinado filme (neste blog, só há publicidade institucional, normalmente a favor do Governo - viva o Governo!), em vez de o ter utilizado para rever o clássico
The Devil in Miss Jones.
Meu querido Amigo: na minha função de seu guia espiritual, não posso fazer mais do que absolvê-lo, aproveitando para lhe dizer, de jeito amistoso mas firme, que não é muito saudável ficar tão agarrado à pornographia clássica. Bem sabe quanto eu prezo esse período da História, e a atenção que, semanalmente, lhe dedica. Mas está na altura de quebrar a casca e descobrir os seus Boulez, os seus Glass, quem sabe os seus Mind da Gap.
Posto isto, agradeço-lhe ter-me recordado Miss Jones. Devia ser, efectivamente, uma mulher muito licenciosa. Tanto que, depois de casada, deu origem àquela fabulosa ode ao adultério de Billy Paul,
Me & Mrs. Jones. Pois eu tive a sulfurosa felicidade de ouvir, certo dia, a enorme Alison Moyet a entoar essa cançoneta. Todas aquelas carnes, trémulas debaixo de uma
djallabah branca (não esquecer que este é um blog licencioso), a vibrar enquanto se ouvia: "Meeeeeeeeeeeeeeeeee........ and....................... Mrs. Jo-o-ones....".
Eu era jovem, não pensava bem. E durante muito tempo a Alison Moyet e a dita Mrs. Jones, que imaginei esbelta e negra, deitavam-se comigo e ajudavam-me a adormecer. Já na idade adulta, concebi uma sobremesa muito apreciada pelos meus convidados, a que chamei
Interracial Banana Split: uma enorme quantidade de sorvete de baunilha, de um lado, uns riscos finos de chocolate derretido encimados por raspas de chocolate 74%, do outro - e, no meio, indefesa mas indómita, uma banana do Equador.