[73] Más companhias
Hoje fui ver um filme de um realizador consagrado, e muito da minha preferência, cujo nome não merece sequer menção aqui. Vamos todos fingir que esse filme, esse exercício patético sobre uma história de violência algures na América profunda, essa alegoria do vazio criativo, essa mistura rasca de goodfellas (
sem ofensa) com anúncios da KFC, essa transposição cinematográfica do discurso de Rui Santos, esse aborrrrrrreeeeeeeeecimento sem fim que ainda por cima acaba no meio de si próprio, nunca existiu.
Toda a sessão foi deprimente: antes do filme, passou o treila do Basic Instinct 2, com a inatingível Sharon, já aqui festejada de forma gráfica e entesiástica. Mas hoje tive a certeza: foram as más companhias e, quem sabe, o dinheiro fácil, que a perderam. Pudesse eu tê-la orientado na altura certa, ou tivesse ela sido mais persistente, e a Nina Hartley (sorry kid) nunca teria passado de duplo para as cenas de "
amour à la Joisse" (sic). E o pior é que, tendo ainda corpo, já é demasiado rica para aceitar um papel na série Hot 50 +. Uma lástima.
É por isso que eu gosto dos sistemas de democracia centralizada, onde cada um é mesmo para o que nasce, e ninguém é desviado para porra alguma lá por ter outros atributos laterais, tipo, saber representar drama.